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Vídeo como manifesto poético



A proposta da oficina é estimular a produção videográfica, desde a sua captação até exibição final, bem como explorar a técnica necessária de filmagem e edição, além de equipamentos, softwares, hardwares e video mapping.

Através de um olhar observador da cena da vida real diária, o participante será provocado a atuar com uma câmera ativa (e não passiva), não apenas observadora, mas perseguidora da ação poética cotidiana a fim de construir novos símbolos. O flerte com o documental está presente, mas com o intuito de captar a performatividade da vida, registrá-la, e acima de tudo, resignificá-la.

A edição dos vídeos é ponto chave para o tratamento final do material que será utilizado no trabalho artístico. Os cortes e escolhas vão construindo a linguagem e criando uma narrativa e um discurso que o vídeo irá se propor, como uma performance ao vivo ou manifesto poético.

A superfície onde será aplicado o vídeo é objeto de análise e estudo prévio, pois influencia todo o processo de realização do trabalho. Seja uma tela de cinema, uma parede, dentro da sala de teatro, no corpo de um ator ou bailarino, em um cenário, na rua, na fachada, tudo isso influência na hora da escolha dos planos. Qual equipamento utilizar, a linguagem, o formato.

O desejo é que o resultado final da soma das imagens captadas após estudo e edição, criem uma peça artística, não só um vídeo funcional para determinado propósito, mas sim uma performance videográfica, uma provocação à vida presente, um manifesto poético que possa atritar, friccionar e/ou “hackear” o nosso tempo.




4 Módulos de 3 horas cada


Módulo 1: Pesquisa


Mergulho e identificação de possíveis manifestos poéticos.


É feito inicialmente uma apresentação e mergulho no universo local de cada participante ou projetos de trabalho em vista, a fim de identificar necessidades de estudo videográfico.

São levantadas questões pulsantes dentro das temáticas possíveis, a fim de identificar quais ações poéticas são pungentes e poderão dialogar com o projeto de cada um. Assim, o trabalho é desenvolvido de acordo com o olhar e universo artístico individual e coletivo.

Através do seu corpo, com a escuta aberta, munido de uma câmera e gravador de áudio, o artista/participante sairá a campo a fim de captar imagens, sensações e impressões.

Sugere-se já uma pesquisa inicial em vídeo de cada participante, a ser apresentada no próximo encontro. Alguns elementos plásticos poderão ser construídos ou incorporados, utilizando-se de materiais diversos.


Apresentação do trabalho do coletivo (se)cura humana e suas guerrilhas urbanas e aquáticas.




Módulo 2: Captação



A inserção do corpo performativo na cidade.


Os primeiros experimentos captados em vídeo pelos participantes são estudados com mais afinco visando um experimento final.

Serão definidos mais assertivamente os elementos que poderão utilizados no próximos experimentos, bem como os locais, de acordo com a afinidade de cada participante. Neste momento há uma transposição dos estudos poéticos e marcas que estão no corpo do artista para a cidade. E as linguagens estimuladas serão o performativo, o instalativo (flertando com as artes plásticas) e o documental.

É a fase de aprofundar a realização dos objetos artísticos que serão produzidos ou apresentados, e quais impactos de recepção serão gerados.

A integração com outras técnicas de familiaridade dos artistas, pode ser aglutinada conceitualmente na execução.

Serão apresentadas algumas referências da história da arte através do vídeo.


Técnicas de vídeo | captação e edição


- Utilização de 3 possibilidades de câmeras: Filmadora (tipo Canon), GoPro e celular (tipo iPhone ou Android).

- Tipos de formato e conversores de vídeo.

- Com a Filmadora busca-se a imagem estética, com profundidade de campo, o deleite cinematográfico. Ora na mão, trocando lentes, corrigindo foco, ora no tripé, para planos mais construídos;

- Na GoPro busca-se o performativo, o plano sequência, a trajetória completa da construção. Na mão, para mais agilidade, ou no peito fixa com assessórios, para planos sequência;

- No celular (iPhone ou Android) tem-se a agilidade, o inesperado, o susto. Na mão ou tripé pequeno para planos exclusivos;

- Através da fotografia, pode-se buscar uma estética de animação de imagens estáticas;

- Redes sociais: utilizada para transmissões ao vivo de ações que acontecem repentinamente, com caráter de acontecimento.




Módulo 3: Edição


O uso da imagem, vídeo, som e foto.


Após as primeiras impressões e coleta de imagens, as experiências são aprofundadas a partir das marcas que ficaram no corpo de cada um, para que as ações artísticas sejam materializadas esteticamente.

É estimulado o uso de múltiplas linguagens, como possibilidade de criação de manifestações performáticas coletivas ou gritos individuais, a fim de criar novas paisagens urbanas.

O áudio é um elemento fundamental no processo, que começa agora a ter um olhar mais apurado.

Possibilidade também de se criar eventos que propaguem a proliferação de vídeos espontâneos, onde o trabalho de vídeo artista agora é ser registrado de alguma forma por outros olhares. Os vídeos passam assim a ter a função de uma voz compartilhada com a comunidade.

Neste módulo a edição será o foco, com apresentação de técnicas de linguagem.


Softwares de edição de vídeo, som, efeitos e complementação gráfica que serão utilizados:


- Adobe Premiere

- Adobe After Effects

- DaVinci Resolve

- Adobe Photoshop e Illustrator

- Adobe Audition para tratamento do som

- Conversores de vídeo: Adobe Media Encoder, MPEG StreamClip, HandBrake, aplicativos para baixar vídeos diretamente da internet.

- Baixadores de Torrents: Vuze




Módulo 4: Projeção mapeada



Corpo instalativo performático. Projeção Mapeada (Video mapping).


Após o planejamento das ações em vídeo, foram criados pelos participantes peças videográficas aplicadas às suas necessidades artísticas.

Analisaremos as obras de cada um, estimulando a troca e a busca por outras extremidades, outras bordas, outros limites dentro da criação, seja através de instalações permanentes, transitórias, desmontáveis, projeções de vídeo em locais alternativos, projeção nos corpos de atores ou bailarinos, cenários, fachadas, dentre outros, como um transbordamento do corpo.

Em termos conceituais, através deste estudo, queremos exercitar e preparar a transposição do corpo do humano, onde quer que ele esteja, para o corpo do vídeo.

Um olhar poético do cotidiano, potencializador dos anseios e transformações, disponível e acessível a todos através da projeção mapeada (video mapping), desenhada em superfícies diversas.

O participante utilizará esse recurso para se comunicar e estabelecer o seu discurso ou manifesto poético em outros planos ou até usos que extrapolam o vídeo, como por exemplo, agindo como fonte de iluminação cênica.

Ao final, cada participante estará apto a dialogar artisticamente com seu material produzido.


Softwares e linguagens de programação utilizados:


- Resolume Arena

- Millumin

- QLab

- Max MSP Jitter

- Puredata


Hardware utilizados:

- Projetor BenQ Short Throw 3.000 lumens e Panasonic 6.000 lumens

- Macbook pro e PC

- Tipos de Cabo HDMI

- Cabo de rede com conversor HDMI

- Adatadores MiniDisplayPort, HDMI, VGA

- Coolers, HUB USB

- Placas de som e cabos de áudio




Referências como conteúdo para os participantes do curso


Formas de registro videográfico


Ficção_Cidade de Deus, Dogville, Holly Motors, etc

Documentário_Ilha das Flores, Eduardo Coutinho

Falso documentário_Lars Von Trier (Idiotas), Bruxa de Blair, Borat

Vídeo Arte_Bill Viola, Cao Guimarães, Videobrasil

Vídeo performance_Joseph Beuys, Leticia Parente, etc

Vídeo dança_Cia de Dança Jorge Garcia, Coletivo Cartográfico, dentre outros.

Vídeo musical_Childish Gambino, dentre outros.



Referências vídeo artistas


Fluxus; Joseph Beuys_I like America and America likes me; Chris Burden_shoot; Leticia Parente_Marca registrada; Bill Viola; Cao Guimarães; Glauber Rocha_Di Cavalcanti; Otavio Donasci_ videocriaturas; Tadeu Jungle; Lucas Bambozzi; Bianca Turner; Videobrasil; Bijari; Spetto; Craca; VJ Alexis Anastasiou (VisualFarm); VJ Suave, dentre outros.



Referências performativas


Flavio de Carvalho_Procissão; Banksy_Dismaland; Mundano_pimp my carroça; Opavivará_Formosa Decelerator; Ai Wei Wei_urn; Eduardo Srur_ pets_supermercado; Helio Oticica_Parangolés; Berna Reale_cantando na chuva; Desvio Coletivo_Cegos; Matthew Barney_Da Lama Lâmina; Cris Burden_Beam Drop; Tehching Hsieh_One Year Performance; John Cage_4:33; Elen Braga_Os 12 trabalhos



Referências em vídeo nas artes cênicas


Schaubuehne – Berlin, O Avesso do Claustro da Cia do Tijolo; Cia Mungunzá de Teatro com Epidemia Prata; Nos Trilhos abertos de um Leste Migrante - Carta 1, do Coletivo Estopô Balaio; Radio Convescote, da Digna Companhia, Cia Hiato - Laerte Késsimos, dentre outros.

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