Intervenção do coletivo (se)cura humana na abertura da exposição "Onde há fumaça" no Museu do Ipiranga
Na abertura da exposição “Onde Há Fumaça – Arte e emergência climática” no Museu do Ipiranga, no próximo dia 4 de novembro, o coletivo artístico (se)cura humana realizará a intervenção “Banhista de Rios Urbanos”, somando-se à instalação audiovisual “Mergulhos”, uma das obras que integra a programação coletiva da exposição, com curadoria do coletivo Micrópolis.
Performance de abertura:
Os artistas Flavio Barollo, Odacy Oliveira e Wellington Tibério circularão durante o evento, vestidos com trajes de banhistas de rios urbanos do tempo presente – 2024.
A performance busca evocar um imaginário de balneabilidade para os rios de uma metrópole como São Paulo, confrontando o público com a realidade das águas poluídas. A intervenção evidencia a relação colonial e exploratória que define o uso dos rios nas grandes cidades do Sul Global. A ação propõe uma crítica à lógica de exploração e degradação ambiental perpetuada nas antigas colônias, visando provocar um estranhamento sobre o que fizemos de nós mesmos e convocando a uma reflexão sobre ações possíveis de regeneração.
A Videoinstalação “Mergulhos”
Além da intervenção de abertura, o (se)cura humana apresenta a videoinstalação imersiva “Mergulhos” na sala dedicada ao coletivo dentro da exposição. Os trabalhos "Mergulho no Rio Tietê", "Mergulho no Rio Anhanguera" e "Mergulho no Rio Guatá Porã" serão exibidos simultaneamente, por meio de três fontes de vídeo circulando entre si.
As videoperformances registram as ações dos artistas banhando-se em rios poluídos, e assim exploram as conexões entre corpo, rio e urbanização. A instalação proporciona um ambiente imersivo, onde as imagens das ações se entrelaçam, ecoando as questões levantadas pelo grupo. A obra também provoca uma reflexão sobre progresso e tecnologia, trazendo ao trabalho o impacto da Inteligência Artificial na recriação de mundos (im)possíveis.
Sobre o (se)cura humana
Combinando arte, ativismo e intervenção urbana, o (se)cura humana é um coletivo fundado por Flavio Barollo e Wellington Tibério, focado em questões como a crise hídrica, colonialismo ecológico e racismo ambiental. Suas práticas envolvem performances, vídeos, documentários, instalações e ocupações urbanas que ampliam o debate sobre a relação entre arte, natureza e cidade.
Entre as obras do coletivo destacam-se "Corpo Árvore", "Piscina do Fim do Mundo", "Simulação de um Levante" e "Parque Aquático Móvel". As ações do (se)cura humana são conhecidas por provocar reflexões e propor novas formas de convivência e resistência diante da degradação ambiental.
Mais informações:www.securahumana.com
Instagram: @securahumana
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Serviço
Exposição: Onde há fumaça – Arte e emergência climática
Abertura: 4 de novembro de 2024 (evento exclusivo para convidados)
De 5/11/24 a 28/2/2025De terça a domingo, das 10 às 17h. Última entrada: 16h.Salão de exposições temporárias
Entrada gratuita (somente para esta exposição).
Local: Museu do Ipiranga – Av. Nazaré, S/N, Ipiranga, São Paulo – SP
Os olhos ardem, a garganta resseca, as narinas queimam e os pulmões sufocam. É a vida humana em risco. A trajetória pensada antes como necessária para um mundo melhor agora é desafiada por queimadas, enchentes, altas e baixas temperaturas, secura do ar. Esta exposição questiona a ideia de progresso ainda predominante, que gera a situação atual de emergência climática.
Sob curadoria do Micrópolis, grupo formado pelos arquitetos e pesquisadores Felipe Carnevalli, Marcela Rosenburg e Vítor Lagoeiro, o acervo histórico do Museu e obras de artistas contemporâneos dão visibilidade ao processo de degradação ambiental e social ao longo do desenvolvimento urbano do Brasil.
Pinturas e fotografias de mestres, como Benedito Calixto e Henrique Manzo, dialogam com trabalhos dos artistas Alice Lara, André Vargas, Bruno Novelli, davi de jesus do nascimento, Anderson Kary Bayá, Jaime Lauriano, Luana Vitra, Mabe Bethônico, Roberta Carvalho, (se)cura humana, Uýra Sodoma e Xadalu Tupã Jekupé. A justaposição provoca reflexões sobre como a colonização do território e a construção da nação estão pautadas na ideia de civilização versus barbárie, da cultura possível versus natureza impossível.
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